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multiartista&pesquisadore

L

multiartista, dissidente sexual y de gênero, produtore cultural y bacharele em humanidades com foco nos estudos de gênero y sexualidade pela Universidade Federal da Bahia, co-criadore da Coletiva Sara Mandaia, que através de múltiplas linguagens artísticas discutia pautas de gênero, sexualidade, raça, classe y subjetividades.


seu trabalho transita entre a pesquisa y produção de música popular contemporânea brasileira, música eletrônica y produção musical através de samples, voz e instrumentos virtuais em diálogo com instrumentos orgânicos, rabiscos coloridos, colagens, fotografias experimentais y escrita criativa.

L por ela
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ESCRITOS

"?"

questiono-me sobre incertezas.
perco-me toda vez que penso em voltar atrás e relembrar vestígios de qualquer história.
contento-me com a saudade que tem preenchido esses espaços que há dentro desse vão que me ajudou a construir.
percebo que há muita presença na distância obtida,
parece ser sob medida esse espaço que nos cabe tão bem.
“te vejo tão perto que meus braços até te alcançam.”
“te sinto tão longe que meu abraço nem chega perto.”
há um desconforto que me persegue junto ao teu olhar sorrateiro que acompanha sutilmente meus movimentos desengonçados de quem ainda aprende a andar.
vou por entre os cantos, 
encolho-me, 
inquieto-me, 
sorrio 
e desvio a atenção.
proponho diálogos sem sentido enquanto mapeio rapidamente o espaço ocupado buscando as possibilidades de fuga.
me faço escorregadia e deslizo por entre as dúvidas.
teu olhar inquieto transita entre o desejo de me olhar e o receio de me enxergar.
nos colidimos algumas vezes,
todo mundo percebeu.
sustentei e me questionei sobre as incertezas.
me despedi com um beijo que não aconteceu e falei: deus benza!
em silêncio clamei: chegue bem onde quer que seja.

"MENSAGEM VISUALIZADA"

o ato de comunicar tem custado um pouco mais que os centavos que restaram na carteira, logo opto por comprar um café…
debruço-me sob a tela de luz baixa e disponho alguns minutos da minha atenção para escrever-lhe qualquer explicação sem sentido, pra tu, no caso.
me ocorre que talvez os ruídos da cabeça atrapalhem as frequências e interferem nos sinais, a comunicação falha!
diante do caos cotidiano e imersa nessa tal rede -tudo agora é rede né?- me perco entre DM’s e @’s e stories, a era da comunicação nos bombardeia de informação e a mente cansa…
sinto que é difícil compreender o que se diz atrás da tela.
tenho tido dificuldade em ouvir o som da voz e entender a entonação.
será que o que foi dito é isso que entendi?
“que bad…”
entre mensagens e anseios tenho percebido que meu vocabulário é precário, ele não da conta de explicar as profundidades que tenho acessado e quando tento comunicar não alcanço quem está na superfície…
tenho tentado me sintonizar pra diminuir os ruídos, quem sabe assim as frequências sejam mais nítidas e os sinais melhor captados, a busca é por uma comunicação mais entendível.
é muito abstrato, o subjetivo eu acho que ta na moda… fico pensando essas coisas e ocupando o tempo a espera que ele passe…
o que tenho tentado dizer nem eu mesma tenho entendido, e é justamente isso que tenho tentado dizer.
o jogo das palavras sempre foi muito difícil, é aquela coisa, eu digo A e tu entende B e vice e versa e confesso que tenho tido dificuldade em ouvir o som da voz e entender a entonação.
nessa de pensar e ocupar o tempo sussurro pra esù que se faça como deve ser.
na falta de vocabulário sou expressão.

pra esù mensagem enviada é mensagem entregue.

se falta conexão o mensageiro acessa o coração.

"dispepsia"

... minhas pernas inquietas denunciam a ansiedade de voltar aqui.

Devo começar perguntando como tem andado as coisas, ou afirmar como tem corrido o tempo?

Faz tempo que não te vejo. Nem de longe tenho sabido por onde tem gastado verbo ou riso.

Minha boca seca dói ao tentar se movimentar para dirigir-te a palavra. Não sei se a pupila dilata, nem se esse ardor no estômago é ansiedade, fome ou azia.

Parece que meu dicionário não tem significações suficientes para facilitar a comunicação, me falta artigo pro-nome da sujeita e eu nunca fui boa em gramática, nunca tive vocabulário que desse conta de expressar tamanha velocidade de pensamentos e sensações.


Sentimentos...


Sinto muito!


Acho que me perdi nisso de velocidade, vocabulário e falta.


Nessa de estar perdida percebo que o caminho é longo e cada vez mais a caminhada fica lenta, devo considerar que o cansaço chega e isso é fato. De nada adianta minha pressa se toda vez que chego não encontro bancos nem gramados para que eu possa descansar.


Permaneço em pé!


Por esses tempos caminhando pela cidade observei que os reflexos já não me diziam nada, se quer eu os notei durante meses... e o ano está quase acabando.

Percebo também que todas as conversas àquela altura não diziam absolutamente nada, era tudo vazio, uma tentativa frenética de significar algo diante do nada que era sentido.


Nada era um estado de ser.

Sentir-se.

Vazio era tudo aquilo que tomava conta do ser.


Fui como um rio que percorreu seguindo um fluxo contínuo.


Aquilo foi barragem!

Me parou. Por um lado me encheu, por outro esvaziou.


Dividiu-me.


Um lado cheio.

Outro vazio.

Seco.


No meio parecia concreto.

Duro.


Foi tempo de guerra. Todo dia uma batalha.


Durante meses uma guerra não declarada. Era bala pra todo lado.


Os motivos nunca entendi. Penso nisso e lembro que tenho estômago, não sei se esse ardor é ansiedade, fome ou azia.

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CONTATO

Travessa Engenheiro Allioni, 4
Nazaré, Salvador - BA

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